Teatro Municipal de Manaus – AM

Principal símbolo cultural e arquitetônico do Estado, o Teatro Amazonas, localizado no Largo de São Sebastião, no Centro de Manaus, mantém viva boa parte da história do ciclo da borracha, época áurea da capital amazonense.
Inaugurado no dia 31 de dezembro de 1896, o Teatro surpreende e encanta pela imponência. 
Tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966, o Teatro Amazonas preserva parte da arquitetura e decoração originais. O estilo arquitetônico é renascentista, com detalhes ecléticos. Não é apenas uma herança cultural e artística, fruto do período em que Manaus viveu seu apogeu de riqueza, mas um espaço que se mantém vivo e em plena atividade, mais de 100 anos após a inauguração.
Hall de entrada, com destaque para os belos lustres e as colunas.
No primeiro pavimento, encontramos uma escultura em pedestal de bronze retratando Cristóvão de Colombo, ao lado do Salão Nobre, além de uma exposição sobre Carnaval. Nos outros pavimentos, reorganizamos nossa exposição de ópera e os bustos de escritores, além de uma exposição de refletores.
Na área externa, a famosa cúpula chama a atenção pela exuberância, composta por 36 mil peças nas cores da bandeira brasileira, importadas da Alsácia, na França.
A maior parte do material usado na construção do teatro foi importada da Europa: as paredes de aço de Glasgow, na Escócia; os 198 lustres e o mármore de Carrara das escadas, estátuas e colunas, são da Itália.
O salão de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e três pavimentos de camarotes. Naquela época os lugares no Teatro eram ocupados de acordo com o poder aquisitivo das famílias. O local não era aberto ao público em geral, mas frequentado apenas por pessoas com relevância social. Nas cadeiras da plateia ficavam os “mais pobres” e conforme iam subindo os andares, subia também a posição na escala social. Os mais endinheirados ocupavam os balcões localizados nas laterais do palco, considerado hoje os piores para assistir às apresentações, já que a intenção não era ver, mas ser visto.
Impossível não ficar hipnotizado com o teto côncavo, no qual estão quatro telas pintadas em Paris pela tradicional Casa Carpezot. As telas representam música, dança, tragédia e ópera. A pintura que retrata os pés da Torre Eiffel de Paris, dando ao espectador a impressão de estar embaixo da construção. Esta última, uma homenagem ao compositor brasileiro Carlos Gomes. Ao centro, um majestoso lustre de bronze francês.
Já recebeu inúmeros espetáculos e festivais de óperas, com nomes de envergadura nacional e internacional. O espanhol José Carreras cantou na reinauguração, em 1990. Luciano Pavarotti, na mesma década, carregou o pianista e maestro Leone Magiera e cantou as árias da ópera Tosca “E lucevan le stelle” e “Recondita armonia”, para um público de cerca de cinco pessoas, porque o teatro estava fechado, mas ele não admitiu passar por Manaus sem cantar lá.
Também não passam despercebidas as máscaras nas colunas da plateia, que homenageiam compositores e dramaturgos, entre eles, Aristophanes, Molière, Rossini, Mozart e Verdi.
O Pano de Boca do Teatro Amazonas é outra raridade. Foi confeccionado em 1894, pelo artista brasileiro Crispim do Amaral, e descreve o encontro dos rios Negro e Solimões.
No Salão Nobre, onde aconteciam os grandes eventos sociais da época, destaca-se a pintura do teto feita por Domenico de Angelis, em 1899, e que foi batizada de “A glorificação das Bellas Artes da Amazônia”. construído para receber os frequentadores do teatro durante os intervalos das longas apresentações. O espaço é outra raridade artística. Na parede, nove painéis produzidos pelo artista italiano Domenico De Angelis recriam elementos da natureza amazônica, com desenhos de fauna, flora e literatura. Um dos mais destacados é a pintura dos personagens Ceci e Peri, da ópera “Il Guarany”, de Carlos Gomes. Esta, por sua vez, é inspirada no livro “O Guarani”, de José de Alencar.

Também são visitadas salas que expõem roupas usadas em óperas apresentadas no TA e instrumentos musicais antigos. O acesso ao antigo camarim dos artistas, no último pavimento do teatro, um local que recria o ambiente da época da borracha. Você vê móveis, objetos e roupas usadas naquela época.
Encontramos também uma maquete do Teatro Amazonas feita com 30 mil peças de Lego. A maquete foi criada em 1960, na sede da Lego, na Dinamarca, quando a fábrica homenageou vários monumentos históricos do mundo. A maqueta foi enviada para a sede da Lego em Manaus e, em março de 2001, doada ao Teatro Amazonas.

Possui também um museu com peças que ajudam a contar sua história, como as maquetes de óperas do compositor alemão Richard Wagner, concebidas pelo designer e cenógrafo inglês Ashley Martin-Davis, para as montagens do ciclo do “Anel do Nibelungo” em diferentes edições do Festival Amazonas de Ópera (FAO). São oito obras que estão expostas no 2º pavimento.
O bailarino amazonense Marcelo Mourão Gomes tem um espaço especial no museu, onde estão expostas, entre muitos outros itens, as sapatilhas com as quais se apresentou pela primeira vez no TA, em 1999, com o espetáculo “Marcelo Mourão dança na floresta”. No quesito sapatilhas, também estão em exposição as de Mikhail Baryshnikov e Ana Laguna, que apresentaram o espetáculo “Três solos e um dueto”, em 2010;  e de Margot Fonteyn, que esteve no Teatro Amazonas em 1975, com o The Royal Ballet.
Também já passaram pelo palco do Teatro muitos outros artistas internacionais, entre eles, o tenor José Carreras, Roger Waters, as bandas Spice Girls e The White Stripes; assim como os brasileiros Heitor Villa-Lobos, Milton Nascimento, Ana Botafogo e Bibi Ferreira. 

Atualmente, é o palco de grandes eventos realizados pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC), como o Festival Amazonas de Ópera e os festivais de Dança e Teatro; de espetáculos eruditos como os apresentados pelos Corpos Artísticos estatais; e também populares, beneficiando artistas locais de diversos gêneros.

Funcionamento De terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos, das 9h às 14h Entrada: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Amazonenses não pagam
Endereço Av. Eduardo Ribeiro, 659 – Centro – Manaus/AM
Contatos Email: direcao_ta@culturamazonas.am.gov.br Telefones: (92) 3622-1880 / 3622-2420 Bilheteria: (92) 3232-1768
* Acessibilidade para deficientes físico, visual e auditivo.

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